A guerra urbana contra o tráfico de drogas ganhou mais um capítulo no último domingo (1º), no Rio de Janeiro. Fhillip da Silva Gregório, mais conhecido como “Professor”, morreu após ser baleado na cabeça em uma operação da Polícia Militar do Rio de Janeiro.
Segundo a Polícia Militar, "Professor" foi socorrido em estado grave para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Del Castilho, na Zona Norte, mas já chegou ao local sem vida. A identificação foi confirmada por sua companheira e por um advogado que a acompanhava.
Considerado o terceiro nome mais influente do Comando Vermelho fora das penitenciárias, "Professor" era investigado pela Polícia Federal por envolvimento com fornecedores estrangeiros e suspeitas de contato com agentes públicos. Com 65 anotações criminais, ele estava foragido desde 2018, quando escapou do sistema prisional.
A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) investiga as circunstâncias da morte, que ainda não teve motivação confirmada — se foi resultado de execução, confronto ou outra causa.
Nos últimos três anos, o traficante quase não saía do Complexo do Alemão. Para evitar ser reconhecido, teria recorrido a procedimentos estéticos como implantes capilares, lipoaspiração e tratamentos dentários, realizados em clínicas clandestinas dentro da comunidade. Mesmo com intensa investigação e mandados de prisão em aberto, seguia foragido.
A atuação de "Professor" no tráfico ia além do domínio sobre a Favela da Fazendinha, no Complexo do Alemão. Ele também era responsável por parte da logística de armamentos do Comando Vermelho, com articulações que envolviam países como Paraguai, Colômbia, Peru, Bolívia e até nações da Europa. Segundo a Operação Dakovo, da PF, o traficante intermediava a compra de fuzis e munições que abasteciam as principais comunidades controladas pela facção no Rio.
Em abril, "Professor" se tornou alvo de polêmica após o surgimento de mensagens interceptadas pela Polícia Federal com autorização judicial. Nas conversas, ela orientava policiais militares sobre operações nas favelas, discutia a retirada de blindados e falava sobre “deixar o morro andar” em troca de acordos. Em um dos trechos, chegou a afirmar: “Tenho a força. Ninguém tem mais soldado e fuzil que eu na facção. Mas nem por isso fico de arrogância.”
Essas interceptações embasaram denúncias contra 28 pessoas, entre elas policiais militares, em investigações que revelaram o envio de mais de 43 mil armas do Paraguai para o Brasil, destinadas a facções criminosas. A influência de "Professor" nos bastidores do tráfico era considerada estratégica para o funcionamento da estrutura armada do Comando Vermelho.
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