O Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-Bio) convocou, para esta terça-feira (25), reunião extraordinária com os membros do Conselho Gestor da Área de Proteção Ambiental (APA) Belém e do Parque Estadual do Utinga “Camillo Vianna”. Os 35 representantes conheceram o Projeto da “Avenida Liberdade”, esclareceram dúvidas e, ao final, deram parecer favorável à obra.
A nova avenida será uma alternativa para entrada e saída da Região Metropolitana de Belém (RMB), reduzindo o tempo gasto nesse trajeto e, sobretudo, respeitando o meio ambiente. Com 13,4 km de extensão, a obra será executada pelo Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Transportes (Setran).
O novo corredor viário será expresso, terá ciclovia, e deve beneficiar diretamente cerca de 2,2 milhões de pessoas. A expectativa é que mais de 23 mil veículos transitem pela nova via, que vai interligar a Avenida Perimetral, em Belém, até a Rodovia Alça-Viária (PA-483), em Marituba, sem interrupções.
Esse diferencial vai garantir que o tempo de deslocamento entre o centro da capital paraense e os demais municípios próximos reduza consideravelmente, garantindo mais qualidade de vida e mobilidade urbana aos usuários da RMB. Estudos apontam, ainda, que o acesso contribuirá para a redução de aproximadamente 30% no número anual de acidentes na BR-316, hoje a principal via de acesso à capital paraense.
Todo o traçado da avenida vai passar pela APA Belém, uma das 27 Unidades de Conservação (UCs) administradas pelo Ideflor-Bio. Por ser uma reserva de Uso Sustentável, esse tipo de intervenção é permitida, desde que garanta o manejo dos recursos naturais de forma equilibrada.
Nilson Pinto, titular do Ideflor-Bio: decisão histórica para uma obra com mais impactos positivosFato histórico- O presidente do Ideflor-Bio, Nilson Pinto, disse que o encontro já pode ser considerado um fato histórico. “Esta é a primeira reunião pública, de caráter oficial, para tratar sobre a nova Avenida Liberdade. Sem dúvidas, essa data ficará para a história, assim como a participação de todos os conselheiros aqui presentes. A contribuição de todos é fundamental para garantir que a obra saia, com o mínimo impacto negativo e o maior impacto positivo para a população”, ressaltou o gestor do Instituto.
Os conselheiros tiveram a oportunidade de ter um panorama completo sobre a via, os problemas mapeados e as soluções propostas. Também tiveram acesso ao Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e ao Relatório de Impacto Ambiental (Rima) da obra. Um dos destaques foi o respeito à fauna local, com o anúncio de que serão construídas mais de 30 passagens de animais subterrânea e aérea ao longo de todo o traçado.
O gerente da Região Administrativa de Belém, Ellivelton Carvalho, que também preside os conselhos gestores da APA Belém e do Parque Estadual do Utinga, ressaltou que apesar de o Conselho ser consultivo, é importante que eles visualizem o projeto. “Pelo que pudemos observar, essa obra vai trazer muitos benefícios, tanto às pessoas que precisam ter acesso mais rápido a Belém, como aos moradores das comunidades tradicionais dentro da APA. Afinal de contas, elas serão compensadas de alguma forma dentro de todo esse processo de construção da Avenida Liberdade”, disse Ellivelton Carvalho.
Menor impacto- Outro ponto a ser considerado é que o projeto inicial previa uma avenida com 75 metros de largura e 101,202 hectares de vegetação suprimida. Após novos estudos, a equipe técnica da Setran constatou a possibilidade de reduzir o tamanho da via para 24 metros de largura e diminuir a supressão vegetal para 68,00 ha. Tudo isso reafirma que, desde o primeiro momento, o respeito ao meio ambiente é uma das prioridades da obra.
Um dos compromissos previstos é que, a cada árvore retirada, outras três sejam plantadas. Uma das vantagens identificadas pela equipe que projeta a via é que alguns pontos já possuem a vegetação suprimida, devido às torres de transmissão de energia que abastecem a RMB. A obra vai aproveitar esses espaços para fazer a mínima intervenção possível na flora atual.
Membros dos conselhos da APA Belém e do Parque do Utinga conheceram o projeto e aprovaram a obraA diretora de Transportes da Setran, Leila Martins, garantiu que nenhuma etapa é desconsiderada. “Começamos com os estudos de licenciamento, com um projeto de preposição e uma análise técnica preliminar. Após aprovados, com todas as prerrogativas que temos que cumprir, e com a escuta das comunidades e dos conselhos, vamos otimizar isso dentro do estudo final do projeto, para que a obra possa atender toda a população”, acrescentou.
Oportunidade- A secretária de Estado de Cultura, Ursula Vidal, que também integra o Conselho Gestor do Parque Estadual do Utinga, afirmou que a obra tem a oportunidade de um projeto mais inclusivo, com mais sustentabilidade, uma observância maior à fauna e às comunidades do entorno.
“Hoje, tivemos uma reunião muito rica. Acredito que todos os conselheiros e conselheiras puderam dar contribuições, que vão refinar esse olhar, que precisa garantir a essa avenida, que é muito importante na ampliação da malha viária da RMB. Temos a possibilidade de transformá-la em uma avenida padrão, um exemplo que pode, inclusive, ser seguido para outras avenidas e rodovias do Estado do Pará”, enfatizou a secretária.
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