O Batalhão de Ações com Cães da Polícia Militar do Estado do Pará (BAC/PM-PA) deve colocar, pela primeira vez em atuação, os cachorros nascidos dentro da maternidade do BAC. Ao menos, quatro cães, nascidos de duas ninhadas diferentes -, criados há dois anos, vêm sendo preparados para atuação em breve.
O comandante do BAC, tenente-coronel Allan Sullivan, conta que, desde que a maternidade do Batalhão começou a funcionar, em fevereiro de 2022, nove cães já nasceram no local. A maioria é da raça pastor-belga-malinois. Os animais passam pelas técnicas de manejo e adestramento necessárias a um cão policial. Os mais novos já têm um ano e três meses e começam a ser apresentados a odores que fazem parte do treinamento para cães que atuam em uma das quatro áreas: busca e captura, narcótico, explosivos e armamento.
"De acordo com cada perfil de cada cão, o adestrador define qual é o mais apto às categorias. Isso define a vida útil e o trabalho cooperativo a ser feito ao longo de toda uma vida. Não se muda o tipo de farejar, um cão que iniciou o trabalho na área de identificação de narcóticos, por exemplo, nunca será posteriormente remanejado para a identificação de armas", explica o oficial.
O tenente-coronel observa que o trabalho de manejo feito com os caninos envolve uma relação de respeito e carinho com os adestradores. "A gente sabe da missão deles, mas para eles funciona como uma brincadeira, tanto que a cada etapa cumprida de uma tarefa eles recebem algum tipo de recompensa, uma bola, um outro brinquedo, um petisco, e é assim desde o treinamento", detalha.
Canil é sinônimo de economia para governo estadual
Antes da existência da maternidade do BAC, o governo estadual chegava a desembolsar até R$ 30 mil em um cão com as características exigidas para a atuação na área da segurança. Se fosse um destinado à procriação, de linhagem e pedigree, esse investimento poderia chegar até R$ 100 mil por animal.
"Às vezes, nem sempre o cão ou a cadela era adequado ao que se precisava, ou seja, todo aquele investimento não entregava o que era necessário. Se a gente conseguir 100% de aproveitamento nesses filhotes que já estão em adestramento, passaremos bastante tempo sem precisar adquirir cães e cadelas procriadores", garante o comandante do BAC.
O tenente-coronel Allan Sullivan enfatiza: "sem contar que faz toda a diferença quando um filhote nasce aqui, porque o contato com o adestrador se dá logo nos primeiros dias de vida do animal, e isso faz toda a diferença. Logo mais, em abril, duas fêmeas dessas ninhadas que já nasceram na maternidade do BAC devem entrar no cio e serão colocadas para procriar. Se tudo der certo, nós estaremos aqui mesmo treinando e encaminhando cães para os canis setoriais do interior".
Treinamentos dão resultados
Assim que nascem, os filhotes passam algum tempo isolados na maternidade, tempo este em que a equipe veterinária responsável monta o cronograma de vacinas necessárias. No quinto dia de vida, animal e adestrador iniciam os primeiros contatos, e o policial inicia o manejo com técnicas específicas de movimentação de cabeça e tronco a fim de estimular alguns sentidos importantes dos cães.
"Quando abrem as janelas de aprendizado o adestrador dá estímulos sonoros e olfativos, e também mostra o ambiente onde eles estão. Naqueles primeiros dias de convivência em ninhada os animais começam a mostrar quem é o alfa do grupo. Para este trabalho em conjunto, nós contamos com cinco PMs na equipe veterinária e outros dez adestradores", detalha o comandante do BAC.
O oficial complementou: 'quando os filhotes estiverem prontos para ir às ruas o ganho será imensurável. Se tivermos todos em atuação, cada um na sua área, teremos um reforço e tanto a custo zero, tudo sendo feito por aqui pelo BAC, pela equipe do BAC. Como profissional de ensino técnico da área, digo inclusive que será um momento de enorme satisfação ver o trabalho sendo feito, aquele cão treinado por aqui desempenhando missões bem sucedidas".
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