A cada ano, cerca de 48 mil novos pacientes precisam de hemodiálise no Brasil, segundo a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN). Somente no estado do Pará, cerca de 4 mil pacientes estão em diálise. Hoje, 14 de março, quando é celebrado o Dia Mundial do Rim, o Hospital Ophir Loyola, que é referência em transplante renal, alerta para a importância da saúde dos rins para a manutenção da qualidade de vida. Além de filtrar o sangue, os órgãos são responsáveis por eliminar as toxinas, equilibrar a quantidade de água, sal e outros minerais.
Este ano, a campanha nacional traz o tema ’Saúde do Rim (& exame de creatinina) para Todos’ e está focada no diagnóstico e em determinar o tratamento da DRC. A detecção em fase inicial é imprescindível para retardar o avanço da deterioração da função renal, sendo realizada por meio de um exame de sangue que determina os níveis de creatinina e funciona como uma marcador da função renal. Mas apesar de estar disponível na rede pública, não é prescrito com tanta frequência.
A DRC consiste na perda progressiva e irreversível da função renal e tem como principais causas a hipertensão arterial, o diabetes e a obesidade. Silenciosa, muitas vezes não apresenta nenhuma manifestação clínica. Os sintomas, geralmente, aparecem nos estágios avançados e incluem náuseas, vômitos, estomatites, esgotamento, fadiga, contrações musculares, retenção hídrica e desnutrição.
A nefrologista e especialista em transplante renal do HOL, Silvia Cruz, afirma que todos os adultos sofrem a perda de 1% da função renal por ano após os 40 anos.
“Os idosos vão apresentar uma pequena alteração que não é preocupante, mas precisam seguir algumas condutas preventivas. Mesmo as pessoas saudáveis devem manter uma rotina de cuidados, como a ingestão de 2 a 3 litros de água por dia, reduzir o consumo de sal e açúcar, assim como praticar atividade física regular, manter o peso ideal e não fazer uso de medicamentos sem prescrição médica”, orientou.
“Os indivíduos que possuem doenças de origem imunológica, inflamatória, infecciosa, neoplásica, degenerativa, congênita e hereditária também precisam ter acompanhamento especializado para evitar o comprometimento dos rins. As crianças podem ter alterações morfológicas, alterações na bexiga, no fluxo da urina que podem levá-las à necessidade de um tratamento dialítico”, alertou.
Além da hemodiálise ou da diálise peritoneal que são os tipos de terapia substitutiva, existe o transplante renal. “O transplante pode ocorrer com doação intervivos (um familiar que seja compatível do ponto de vista da tipagem sanguínea e passou por todos os exames que fazem parte da portaria 2600). A maioria é realizada com um órgão de um doador falecido e depende da autorização da família que está passando pela perda de algum ente querido. disse.
O pecuarista Jean Carlo Aquino, 48 anos, passou há 11 dias por um transplante renal no Hospital Ophir Loyola. Ele conta que evoluiu com doença renal crônica porque não buscou tratamento para o diabetes. “Fui diagnosticado aos 28 anos, porém achava que por ser muito novo, não enfrentaria problemas. Com o passar do tempo minha saúde foi degradada e precisei de um rim. Hoje mudei meus hábitos de vida e incentivo os meus amigos, que também são diabéticos, a se cuidarem para que não venham passar pelo o que passei”, contou.
“A campanha dá ênfase a esse diagnóstico mais precoce para que as pessoas sejam avaliadas, recebam tratamento adequado das doenças subjacentes com a finalidade de atenuar a velocidade de perda da função renal e seja prolongado o tempo fora de um tratamento dialítico ou a necessidade de um transplante”, enfatizou Silvia Cruz.
Mín. 22° Máx. 30°
Mín. 22° Máx. 29°
ChuvaMín. 22° Máx. 24°
Chuvas esparsas