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Manejo reprodutivo de quelônios é tema de workshop no Mangal das Garças

Em parceria com a UFPA, o evento reuniu estudantes de Biologia, que acompanharam a rotina de projetos de pesquisa realizados no parque

14/03/2024 19h05
Por: Redação Fonte: Secom Pará
Crédito: Beatriz Santos/Ascom Pará 2000
Crédito: Beatriz Santos/Ascom Pará 2000

O Parque Zoobotânico Mangal das Garças realizou, na manhã desta quinta-feira (14), em parceria com a Universidade Federal do Pará (UFPA), o workshop "Manejo Reprodutivo de Quelônios Amazônicos". Participaram do workshop estudantes de Biologia, que acompanharam de perto a rotina de projetos de pesquisa realizados no parque ambiental, em Belém.

O Mangal mantém exemplares das principais espécies de quelônios encontradas na região amazônica, que são: Muçuã ou Jurará (Kinosternon scorpioides), Tartaruga-da-Amazônia (Podocnemis expansa), Tracajá (Podocnemis unifilis) e Aperema ou perema (Rhinoclemmys punctularia), sendo este último objeto de estudo realizado por pesquisadoras do Laboratório de Reprodução Animal, do Instituto de Ciências Biológicas da UFPA, no Parque Zoobotânico. Os animais são acompanhados em todo o ciclo de reprodução

“Realizamos um trabalho de observação da reprodução da Perema em cativeiro, aqui no Mangal, desde fevereiro de 2023, e já colhemos muitos frutos. Decidimos repassar um pouco deste conhecimento por meio de um workshop, que iniciamos ontem (13), com uma atividade mais teórica na própria Universidade, e hoje trouxemos os alunos para vivenciar na prática”, contou Diva Guimarães, que orienta o projeto de pesquisa.

Biologia reprodutiva- Quem está à frente do projeto é a veterinária Dayse Cardoso, que realiza sua pesquisa de pós-doutorado. “A ideia de trabalhar com a reprodução de Peremas surgiu após observamos a falta de literaturas que mostrassem dados relativos à biologia desta espécie. Decidimos trabalhar em estudos sobre a biologia reprodutiva, como forma de contribuir para esse conhecimento, visto que também se trata de uma espécie de consumo pela população amazônida, e ainda não há uma legalização em termos de produção. Foi quando buscamos o Mangal como instituição parceira, e houve total receptividade e colaboração com nosso projeto. Aqui temos toda a infraestrutura necessária para acondicionar os animais, como o espaço, a manutenção, a disponibilidade dos técnicos e a própria nutrição dos animais. Essa observação em habitat natural seria muito difícil”, informou.

Com mestrado em Biodiversidade e Conservação, e agora realizando doutorado, Brenda Braga explicou aos participantes do workshop como ocorre o processo de pesquisa. “Primeiro, fazemos a parte de manejo de postura dos animais, observando as matrizes, que são as mães, e, a partir do surgimento dos ninhos, passamos a colher todos os parâmetros biométricos deles. Depois fazemos toda a morfologia do ovo, para posteriormente levá-lo ao incubatório e acompanhar o desenvolvimento embrionário. Todas as semanas pesamos os ovos e usamos uma lanterna para acompanhar como esse embrião está se desenvolvendo dentro do ovo”, explicou a pesquisadora.

“Gostei muito do workshop porque, além de complementar os conhecimentos que temos em sala de aula, também é importante ver na prática como funciona, não só o manejo do animal, mas também a sua reprodução, principalmente em quelônios, pois esses animais sofrem muita pressão da caça, tanto de indígenas, quanto da caça ilegal, e por isso precisam de medidas que busquem conservar ou até manter em cativeiro para que não sejam extintos”, reforçou Letícia Corrêa, que está cursando bacharelado em Biologia na UFPA .

Acompanhamento- No Mangal, os quelônios recebem cuidados especiais pela equipe técnica desde antes do nascimento. Os ovos são protegidos contra predadores, em ninhos especiais que possuem contenções confeccionadas com bambus e telas de metal. Após o nascimento, os animais são inseridos em tanques, onde recebem alimento e permanecem em observação até estarem aptos para viver na natureza.

Essenciais para o ecossistema amazônico, os quelônios são répteis extremamente ameaçados pela interferência humana. “Como o ciclo reprodutivo desses espécimes é considerado sensível, o qual exige cuidados especiais, iniciativas que fomentam o manejo e conservação são fundamentais”, destacou Basílio Guerreiro, biólogo do Mangal das Garças, que demonstrou aos alunos como realizar o correto manuseio de quelônios.

Texto: Beatriz Santos - Ascom/Pará 2000

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