Enquanto acusados de assassinato têm ido a júri em Marabá entre 2 e 4 anos após o crime, o tatuador William Araújo Sousa, acusado de matar a também tatuadora Flávia Alves Bezerra, pode ir a júri menos de um ano depois do assassinato. Isso se deve ao fato de que a chamada “marcha processual” está correndo de forma bastante célere. Ou seja, a Justiça não está tardando nesse caso.
De acordo com o que foi apurado pela reportagem deste CORREIO, possivelmente no mês de julho, Will, como é conhecido, deve passar por Audiência de Instrução. Levando em consideração que o crime ocorreu em abril, a audiência ocorrerá apenas três meses após o fato, o que não é muito comum, dado o volume de processos que tramitam na Justiça de Marabá.
Após a Audiência de Instrução, as partes serão ouvidas novamente (defesa e acusação) e o Poder Judiciário vai pronunciar ou não o acusado. No caso de ele ser pronunciado – o que é praticamente certo, devido ao vasto conjunto probatório –, o processo sai da Vara de Violência Doméstica e passa para a 1ª Vara Criminal de Marabá, que é responsável pelo Tribunal do Júri.
Segundo criminalistas ouvidos por este CORREIO, isso pode acontecer antes de abril do ano que vem. Ou seja, ele deve sentar no banco dos réus menos de um ano depois do assassinato, o que é considerado um avanço.
Toda essa rapidez tem como causa o trabalho feito pela equipe dos delegados Walter Ruiz, presidente do inquérito, Simone Felinto e Leandro Pontes. Ambos integram o Departamento de Homicídios da Polícia Civil em Marabá. Eles vêm atuando com celeridade ímpar, com apoio da Polícia Científica do Pará (PCP).
Caso seja condenado pelo crime de feminicídio (homicídio qualificado por menosprezo à condição da vítima como mulher), Will pode pegar até 30 anos de cadeia. Até hoje ele não confessou o crime e vem se mantendo calado.
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