Uma das principais despesas dos brasileiros é a conta de energia elétrica. Milhões de pessoas reclamam mensalmente dos valores cobrados pelas concessionárias de energia e do serviço prestado. E o que já parecia ruim, ainda vai ficar pior.
No próximo mês de julho, a bandeira tarifária de energia será da cor amarela. Isso significa que as contas de energia dos consumidores serão acrescidas em R$ 1,885 a cada 100 kW/h consumidos.
O anúncio da bandeira amarela foi realizado nesta sexta-feira (28) pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). De acordo com o órgão, a medida se deve em razão de condições menos favoráveis para geração de energia no Brasil.
"A bandeira amarela foi acionada em razão da previsão de chuvas abaixo da média até o final do ano (em cerca de 50%) e pela expectativa de crescimento da carga e do consumo de energia no mesmo período. Esse cenário de escassez de chuvas, somado ao inverno com temperaturas superiores à média histórica do período, faz com que as termelétricas, com energia mais cara que hidrelétricas, passem a operar mais", disse a Aneel em comunicado.
A agência informou, ainda, que o valor fixado para o acréscimo nas contas de energia em bandeira amarela, de R$ 1,885 a cada 100 kW/h consumidos, foi aprovado em março deste ano, quando houve redução de 37% do valor da bandeira tarifária amarela, reduzida de R$ 2,989/KWh para R$ 1,885/KWh.
Essa é a primeira alteração na bandeira tarifária desde abril de 2022. Ao todo, foram 26 meses com bandeira verde. Com o sistema de bandeiras, o consumidor consegue fazer escolhas de consumo que contribuem para reduzir os custos de operação do sistema, reduzindo a necessidade de acionar termelétricas.
Antes das bandeiras, o repasse desses custos de operação era feito apenas nos reajustes tarifários anuais. O consumidor não tinha a informação de que a energia estava cara naquele momento e, portanto, não tinha um sinal para reagir a um preço mais alto.
"Dessa forma, o consumidor ganha um papel mais ativo na definição de sua conta de energia. Ao saber, por exemplo, que a bandeira está vermelha, o consumidor pode adaptar seu consumo para ajudar a reduzir o valor da conta", justifica a Aneel.
O sistema de bandeiras tarifárias foi criado pela Aneel em 2015 para indicar, aos consumidores, os custos da geração de energia no Brasil.
Segundo o órgão, ele reflete o custo variável da produção de energia, considerando fatores como a disponibilidade de recursos hídricos, o avanço das fontes renováveis, bem como o acionamento de fontes de geração mais caras como as termelétricas.
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