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Homens gays agora podem ser padres, decide o Vaticano

Decisão conflita polêmico tema sobre orientação sexual no clero

11/01/2025 08h37
Por: Redação Fonte: Folhapress
Papa Francisco já criticou “viadagem” entre padres | ( Divulgação/Vatican Media)
Papa Francisco já criticou “viadagem” entre padres | ( Divulgação/Vatican Media)

A questão da presença de padres gays na Igreja Católica sempre foi um tema polêmico, carregado de tensões históricas, religiosas e sociais. Nos últimos anos, o Vaticano tem demonstrado uma postura mais aberta, ainda que cautelosa, em relação à comunidade LGBTQIA+, especialmente no que tange à inclusão de homens gays no clero.

Na realidade, a Igreja deu um passo importante em sua abordagem sobre a inclusão de pessoas gays no clero católico. O Vaticano publicou uma nova orientação que permite que homens gays sejam admitidos em seminários, desde que sigam a prática do celibato. Esta decisão representa um recuo em relação à instrução de 2016, que havia barrado seminaristas com "tendências homossexuais profundas" de ingressarem na vida sacerdotal.

O documento, elaborado pela Conferência Episcopal Italiana (CEI), sinaliza uma postura mais acolhedora do papado de Francisco em relação à população LGBTQIA+. Essa medida acompanha outras atitudes do pontífice que têm sido vistas como positivas, como declarações de apoio e acolhimento à comunidade, além de decisões que permitiram que padres abençoassem casais do mesmo sexo e pessoas em segundo casamento. Vale lembrar, contudo, que o casamento gay ainda não é reconhecido pela Igreja Católica.

As novas orientações foram publicadas discretamente no site da CEI, na última quinta-feira (9), e refletem uma mudança significativa na forma como a Igreja Católica lida com a questão da orientação sexual em seminários. De acordo com o documento, diretores de seminários devem considerar a orientação sexual dos candidatos, mas não como um critério isolado, e sim como parte de uma análise mais ampla da personalidade do seminarista.

Essa decisão, que foi aprovada em novembro de 2024 e entrou em vigor imediatamente, pode ser reavaliada após um período de três anos. Para muitos, essa medida simboliza uma tentativa do Vaticano de aproximar-se de uma postura mais inclusiva, ainda que com limitações.

No entanto, a mudança não chega a reconhecer o casamento gay dentro da Igreja Católica, o que continua sendo um ponto de tensão. O Papa Francisco, apesar de suas falas mais acolhedoras, ainda se envolve em controvérsias sobre a questão.

Em maio de 2022, uma declaração sua, que vazou para a imprensa italiana, causou polêmica ao afirmar que os seminários estavam "cheios de viadagem". De acordo com relatos de bispos próximos ao pontífice, Francisco teria inicialmente se oposto à ideia de admitir gays nos seminários, uma posição agora revista pela Igreja.

Ainda assim, o Papa tem se posicionado contra leis que criminalizam a homossexualidade, como demonstrado em uma entrevista concedida à Associated Press em janeiro de 2023, onde afirmou: "Ser homossexual não é crime, mas é pecado".

Ele também pediu a eliminação das leis que discriminam a orientação sexual, destacando que tais leis são injustas e que aqueles que as apoiam precisam de um "processo de conversão". Em suas palavras, as lideranças católicas que apoiam tais leis devem agir com "ternura", refletindo a misericórdia de Deus para com todos.

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