As novas órteses do aposentado Valter Feitosa, 56 anos, que foram desenvolvidas pelos profissionais da Oficina Ortopédica Fixa (OOF), da Universidade do Estado do Pará (Uepa), garantem mais autonomia e segurança ao paciente que foi diagnosticado com a síndrome de Guillain-Barré, após perder os movimentos das pernas, dos braços e da face.
"Foi um momento muito difícil na minha vida, fiquei totalmente dependente e poder contar com o acompanhamento da Uepa contribuiu muito para o meu desenvolvimento, inicialmente, por meio da fisioterapia, com a recuperação dos movimentos, e depois com o acesso a órteses que facilitam a minha caminhada, me dão suporte e me tornam mais independente. O espaço da Oficina é uma oportunidade grandiosa pra quem precisa desse serviço", conta Valter.
Entregue no último dia 30 de janeiro, a Oficina Ortopédica Fixa, vinculada ao Centro Especializado de Reabilitação (CER III) da Uepa, em Belém, teve seu Laboratório de Tecnologia Assistiva (Labta), habilitado pelo Ministério da Saúde, serviço que já existia na instituição, e agora com a inauguração garante a ampliação dos serviços de confecção, dispensação, adaptação e manutenção de órteses, próteses e meios auxiliares de locomoção (OPM), com redução de custos e acelerando a reabilitação de pacientes adultos e crianças. A OOF se tornou uma das referências nesse serviço para usuários da Região Metropolitana de Belém.
A oficina Ortopédica Fixa é composta pelos seguintes profissionais: dois médicos ortopedistas; três técnicos ortopédicos, sendo devidamente habilitados pela Associação Brasileira de Ortopedia Técnica (Abotec); um sapateiro ortopédico; três terapeutas ocupacionais, um fisioterapeuta e estagiários estudantes do curso de Terapia Ocupacional da Uepa. Os atendimentos na Oficina para a população são marcados a partir de encaminhamento pelo próprio CER III/Ueafto, ou por meio das unidades do SUS por todo o Pará.
"Atendemos, especificamente, pacientes oriundos do Sistema Único de Saúde (Sus), tanto da atenção básica, média, como da alta complexidade, com sequelas de diabetes, hanseníase, traumato-ortopédicos, pessoas com deficiência, como paralisia cerebral, entre outros casos. Além disso, o espaço representa um grande avanço para a saúde pública estadual, por proporcionar acesso a serviços de órteses e próteses, que, são, de modo geral, restritos e caros. Nosso trabalho promove ganho de funcionalidade, independência na vida diária e satisfação dos usuários", ressalta o gerente da Oficina, o terapeuta ocupacional Jorge Lopes.
O espaço possui recepção, administração, salas de atendimento, de tomada de moldes, de sessão de adaptação e manutenção, de sessão de selaria e tapeçaria, de gesso, de sessão de sapataria, de termomoldagem, de máquinas, de compressor e de montagem de próteses. Mais de um milhão de reais foram destinados pelo Governo do Estado para a construção do novo prédio da Oficina Ortopédica Fixa.
A pequena Valentina, 2 anos, nasceu com paralisia cerebral e desde os 9 meses utiliza órteses no tratamento. A avó da criança, Márcia Cristina, levou a criança para verificar a medição das novas órteses, que serão confeccionadas pela Oficina Ortopédica da Uepa.
"Busco o melhor para o desenvolvimento dela e na Uepa encontro um atendimento de qualidade. Sonho em um dia que ela consiga ser mais independente e só de ver a perninha dela já respondendo melhor aos movimentos me deixa com o coração grato. Vou acompanhar cada passo que ela der na vida para que ela se desenvolva. Esse espaço é maravilhoso, porque pode garantir que outras pessoas tenham esse olhar e esse cuidado do Governo de forma gratuita, porque eu não teria condições de ter acesso a uma órtese particular, assim como muitas outras famílias", pontua Márcia.
PESQUISA –Entre os diferenciais da Oficina Ortopédica Fixa (OOF), está a produção científica, que desde o ano 2000, por meio do Labta, desenvolve atividades de ensino, pesquisa e extensão, além de produtos assistivos economicamente acessíveis à realidade da nossa população. Com a produção de materiais de baixo custo, a Uepa forma gerações de novos profissionais com esta metodologia, além da humanização que oferece, por meio do SUS, tratamentos de reabilitação.
"A nossa equipe da Oficina Ortopédica desenvolve pesquisa e extensão juntamente com assistência. Então, a gente tem pesquisas em órtese, prótese em 3D, que hoje é o que se discute muito, temos estudos sobre a questão eletrônica e tecnológica, buscando, cada vez mais, oferecer um serviço de qualidade e que possa melhorar a qualidade de vida dos nossos pacientes, seja na vida diária, na área profissional, em todos os aspectos", destaca a coordenadora do CER III da Uepa, professora Ana Irene Oliveira.
SERVIÇO -A Oficina Ortopédica Fixa, vinculada ao CER III, está localizada no Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS) da Uepa, na Tv. Perebebuí, 2623, em Belém. O horário de funcionamento é de segunda a sexta-feira, de 8h às 12h e de 14h às 17h.
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