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Cidades DENÚNCIA

Com pé necrosado, diabético de Itupiranga aciona justiça por leito em outro hospital

Mailson Pimentel também não tem tido assistência medicamentosa, precisando tirar do próprio bolso para comprar remédios

29/03/2024 18h42
Por: Redação Fonte: Correio de Carajás
A família comunicou ao Ministério Público do Estado Pará sobre o descaso com a saúde de Mailson/ Foto: Reprodução
A família comunicou ao Ministério Público do Estado Pará sobre o descaso com a saúde de Mailson/ Foto: Reprodução

Uma história de negligência e desespero chega ao conhecimento do Correio de Carajás nesta quinta-feira (28). Na busca por justiça e cuidados adequados para Mailson Pimentel Rodrigues, Mariângela Pimentel de Almeida denuncia à imprensa e à Promotoria de Justiça o tratamento insuficiente que seu primo está recebendo no Hospital Municipal de Itupiranga. Com o pé necrosado devido à diabete, o homem de 31 anos tem lutado por leito na rede pública.

A condição de saúde de Mailson é alarmante. “Extensa necrose em todo o pé esquerdo, odor fétido, comprometimento de tendões e estrutura óssea, além de sinais de congestão venosa”. É o que dizem os principais sinais e sintomas clínicos. Fotos em anexo enviadas por Mariangela revelam a gravidade da situação, ilustrando a urgência de intervenção médica adequada.

O estado do pé de Mailson é chocante e exige cuidados urgentes

O caso foi registrado no Sistema Estadual de Regulação (SER) sob o número de solicitação 12478975 no dia 23 de março, visando à transferência para um hospital com estrutura capacitada para tratar sua condição com urgência. No entanto, até o momento, nenhum leito foi disponibilizado.

A família conta que restam esperanças para conseguir um leito para o Hospital Regional de Marabá ou para o de Tucuruí.

DESABAFO

Mariangela expõe a situação de seu primo: “Está bem complicado. O pé dele está necrosado e Mailson tem febres recorrentes. É um descaso total no hospital e não conseguem transferi-lo. Parece que não estão atualizando a regulação dele, o que torna tudo ainda mais difícil”, desabafa.

A família de Mailson não possui recursos financeiros para custear um tratamento fora do Sistema Único de Saúde (SUS), tornando a intervenção do órgão ministerial fundamental para garantir que o paciente receba a assistência necessária com urgência.

SEM REMÉDIO

Além disso, o hospital não tem tido nem mesmo a medicação Hidrogel, usada no tratamento e cicatrização de feridas em geral: “Recentemente, tive que fazer uma visita à farmácia após sair do hospital. Era necessário comprar um remédio específico. Para minha surpresa, esse medicamento essencial para o curativo não estava disponível na farmácia local”, lamenta.

Infelizmente, a busca na cidade de Itupiranga também foi infrutífera, segundo Mariangela, pois nenhuma das farmácias que visitou tinha o produto em estoque. Ela conta que foi informada de que só poderia encontrar em Marabá.

A prima está frustrada ao perceber, até mesmo, a escassez de recursos médicos: “A preocupação com a saúde de alguém querido só aumenta quando enfrentamos dificuldades para acessar os cuidados médicos necessários”, aponta.

RESPOSTA

Em nota enviada ao Correio de Carajás na noite desta quinta-feira (28), o secretário Municipal de Saúde, Antônio Helder Tavares Cruz, afirmou que o Itupiranga não dispõe do tratamento necessitado pelo paciente, “assim, de acordo com o Programa de Pactuação firmado entre os entes Federativos e sendo o caso de alta complexidade, cabe ao Estado do Pará proporcionar o tratamento adequado ao paciente”.

Diz, ainda, que a desde a internação do paciente, a equipe do Hospital Municipal “procedeu de forma rápida com a solicitação de avaliação clínica através do Sistema Estadual de Regulação (SER), entretanto, o Estado do Pará até a manhã do dia 28/03/2024 não havia disponibilizado a vaga. Ocorre que ainda na tarde do dia 28/03/2024, fomos informados pelo médico regulador do Estado, da disponibilidade de vaga no Hospital Regional do Sudeste do Pará, em Marabá. Neste sentido, informo que todos os tramites já foram tomados, para garantir a mais rápida e efetiva transferência do paciente”.

Na visão do secretário, as providências administrativas e legais tomadas descartam a omissão. 

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